sábado, 4 de setembro de 2010

Osmar Dias em Telêmaco Borba




Mobilização foi grande na cidade, os tucanos ficaram assustados




A coligação “A União faz um novo Amanhã” esteve na manhã de sábado (04) em Telêmaco Borba com seus dois principais representantes, o candidato ao Senado, o ex-governador Roberto Requião e o candidato ao governo do Estado, o senador Osmar Dias. Chegaram praticamente juntos no aeroporto do município, por volta de 9h, onde foram recebidos por cabos eleitorais locais e candidatos a deputado estadual e deputado federal.
Do aeroporto, seguiram para o Clube Alvorada onde discursaram para apoiadores, em seguida estiveram juntos com pastores da igreja Assembleia de Deus e depois realizaram uma caminhada pela Avenida Horácio Klabin. Questionado sobre as pesquisas que apontam seu rival na frente, Osmar disse que está confiante e que as pesquisas não interferem em sua campanha. “Eu não ligo para pesquisas e temos mais de 300 prefeitos ao nosso lado”, afirmou.
Além de Dias e Requião, seguiram com ele o prefeito, Eros Danilo Araújo, demais prefeitos da região, candidatos a deputado estadual e federal, entre eles, os candidatos da terra Neri Mangoni e Ademir Quintino, e cabos eleitorais.
Para Ademir Quintino, a grande virada de Osmar Dias começará por Telêmaco Borba. “Com certeza a recepção de Osmar lhe rendeu muito fôlego para vencer a batalha no dia 3 de outubro, nossa cidade demonstrou o favoritismo à campanha de Dias”, disse o candidato.
A população do município ficou surpresa com o agito realizado pelos apoiadores de Osmar Dias. “Pela primeira vez esse ano vejo tanta gente apoiando um candidato. Tomara que todos saibam em quem estão votando desta vez”, disse Karla Russo, que fazia compras na Avenida Horácio Klabin.
A campanha de Osmar Dias, por conta da aliança partidária PDT-PT-PMDB, uniu históricos rivais políticos como Eros Araújo e Marcio Matos. Os dois hoje fazem parte da mesma equipe de coordenação da campanha local de Dias. Além deles, figuras do PT que já militaram tanto a favor quanto contra a dupla Eros e Marcio também estão juntos.

sábado, 26 de junho de 2010

Candidatura de Osmar ainda é mistério


*Osmar Dias, o indeciso, o indefinido, talvez independente


O impasse é o irmão Álvaro Dias que foi chamado para ser vice de Serra


Se o objetivo dos Dias foi alcançar mídia, objetivo alcançado. O candidato ao Governo, Beto Richa, (PSDB) perdeu destaque nos veículos de comunicação por conta da novela criada pelo senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao Governo do Paraná e também à reeleição ao Senado Federal.
Osmar está oscilando para concorrer aos dois cargos. Foi vetado pelo partido de fazer qualquer tipo de aliança com os tucanos e, com isso, sair à reeleição para o Senado, apoiando Beto Richa. O PDT quer que ele se candidate ao Governo, coligado com o PT e o PMDB. Osmar, por sua vez, queria que Gleisi Hoffman fosse sua vice e que Orlando Pessuti desistisse de se candidatar à reeleição. Realizou apenas a segunda vontade.
Gleisi não será vice e Pessuti exigiu maioria na proporcional. Até então, estava tudo “quase” acertado e a aliança PT-PMDB-PDT teria Osmar para governador, um vice do PMDB, como queria Pessuti, e dois senadores, Gleisi Hoffman do PT e o ex-governador peemedebista Roberto Requião.
Tudo isso até o campo político invadir o campo familiar, quando o senador Álvaro Dias se disse convocado a compor a chapa de José Serra como candidato a vice-presidência. No discurso, os dois irmãos afirmaram por diversas vezes que não concorreriam juntos nas urnas, portanto, a possibilidade de Osmar Dias voltar a ser candidato ao Senado, então numa composição com o PSC e o PR, é muito grande.
CONCORRÊNCIA- Os irmãos, diretamente, não teriam confronto nas urnas. Acontece que a aliança PT-PMDB-PDT no Paraná, encabeçada justamente por Osmar Dias, serviria para dar palanque para a candidata do PT à presidência, Dilma Roussef, adversária direta de Serra e, logo, de seu possível vice, Álvaro Dias. Os irmãos, então, se tornariam oposição.
Com essas idas e vindas, atualizadas a todo momento no micro-blog Twitter, Osmar Dias tem grandes chances de ter uma candidatura neutra ao Senado junto com o PSC e o PR e abre novamente a possibilidade de Orlando Pessuti lutar pela reeleição numa aliança entre PMDB e tão somente com o PT.
Neste domingo (27) acontecem as convenções do PT e do PMDB, ainda com a indefinição de Osmar Dias (PDT). O prazo para a decisão final é quarta-feira (30). Até lá, a probabilidade de não haver conclusão, nem ao menos nas convenções deste domingo, é grande. (MR).

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vale a pena ver esse artigo depois de lançada a campanha "Dia sem Globo" no Twitter

SERÁ que o HOMER vai aderir ao "Dia sem Globo"?
DE BONNER PARA HOMER


Por Laurindo Lalo Leal Filho*


O editor-chefe considera o obtuso pai dos Simpsons como o espectador padrão do Jornal NacionalEle é preguiçoso, burro e passa o tempo no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cervejaNa reunião matinal, é Bonner quem decide o que vai ou não para o ar Pauta.A decisão do juiz Livingsthon Machado, de soltar presos, é considerada coisa de loucoPerplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro.Alguns custam a acreditar no que vêem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão.Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico.A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes. Depois de um simpático bom-dia , Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. Essa o Homer não vai entender , diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos atender ao Homer , passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes.Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas praças (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe.A primeira reportagem oferecida pela praça de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da oferta jornalística informa que a empresa venezuelana, que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível para serem vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano . Uma notícia de impacto social e político.O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente.Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela praça de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. Esse juiz é um louco , chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência.Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês matéria oferecida por São Paulo , o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS , ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.De Brasília é oferecida uma reportagem sobre a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública . Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global.Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope.E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo.Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer. A mesa é comprida e em torno dela notam-se alguns olhares constrangidos.* Sociólogo e jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP
Se vc se considera um homer simpson, o jornal nacional é o seu principal canal de informação.


*A imagem foi retirada do blog http://intensivo.wordpress.com/