quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Futuro César Cielo pode sair das piscinas de Telêmaco Borba


Bruno Speltz, de 10 anos, está entre os 10 melhores do sul do Brasil


Gustavo Borges, Cesar Cielo, Michael Phelps. Quem sabe daqui alguns anos, Bruno Speltz. Poderá sair das piscinas dos Campos Gerais, precisamente de Telêmaco Borba e Ponta Grossa, cidades onde atualmente treina, mais um grande nadador brasileiro. Hoje ele tem apenas 10 anos, mas com rotina de campeão. Nada diariamente duas horas, em média quatro mil metros, o que seria de segunda a sexta-feira o equivalente a 20 quilômetros nadados, além de caminhadas e exercícios de resistência.


Em Telêmaco Borba, ele nada na Academia Corpo e Água, sob as orientações da professora Eloisa Moura, que é só orgulho do aluno. “O Bruno é fera, vejo nele um grande campeão”. Em Ponta Grossa, onde nada pelo menos duas vezes por semana, treina na Academia Esporte Total. Lá quem cuida de Bruno é a professora Walquiria Mryczka, que foi quem levou o garoto para as competições.


Ao todo, Bruno tem cerca de 70 medalhas, incluindo a do Campeonato Estadual de Natação de Verão em Foz do Iguaçu, Campeonato Estadual de Natação em Paranaguá e o Festival Inter Academias de Curitiba. Neste Festival, são cinco etapas, onde se somam os pontos de cada um. É nessa competição que Bruno Speltz está em primeiro lugar entre os atletas de 10 e 11 anos no nado livre 25 metros.


Entre os nadadores do sul do Brasil, Bruno está entre os 10. O dado pode ser conferido no ranking Top 10 do site oficial de natação Swimming, nos 200 metros Medley, que compreende os quatro estilos da natação: crawl, costas, peito e borboleta. Bruno também está entre os melhores do Paraná nos nados peito e livre.


O ESPORTE LEVADO A SÉRIO- Apesar da pouca idade, Bruno sabe de suas responsabilidades. Gosta da prática do esporte, porém mantém também outras atividades. Em Ponta Grossa, quando estudou no Colégio Marista, praticou futsal, judô, vôlei, xadrez, handebol, basquete, tênis de campo e, claro, natação. Familiares chegam a perguntar se Bruno não se dedica muito a atividades esportivas e ele responde: “não sei o que seria da minha vida sem o esporte”.
E para quem pensa que praticar esporte é sinônimo de pouca atenção aos estudos, pelo menos com Bruno é diferente. Hoje ele estuda no Colégio Positivo de Telêmaco Borba. Gosta muito de ler e já ganhou prêmio de melhor leitor da biblioteca do Colégio Marista quando lá estudou. Atualmente, a natação ocupa mais seu tempo do que antes, mas ainda realiza aulas de violão, inglês e faz catequese. Mas Bruno ainda guarda tempo para mais atividades. Nas horas vagas ele anda de bicicleta, joga vídeo game e coleciona carrinhos.


ALIMENTAÇAO- Para nadar duas horas por dia de segunda a sexta-feira, Bruno come verduras, legumes, frutas, carboidratos e carnes magras. Não toma refrigerante e come doces apenas esporadicamente. Segundo a mãe, Silvana Speltz, o filho já tem consciência sobre a importância da alimentação balanceada na vida de um atleta.


FUTURO- Tudo bem que Bruno tem apenas 10 anos, mas já alimenta sonhos como toda criança para seu futuro. O atleta quer ser médico, porém continuar nadando. “Se eu pudesse ser médico e nadar ao mesmo seria muito legal”, disse Bruno. Hoje ele quer continuar treinando e gostaria de viver num grande centro na busca de maiores possibilidades de aperfeiçoamento.


Seus inspiradores são hoje Cesar Cielo, Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa, todos brasileiros destaque na natação mundial. Apoio para continuar nadando Bruno tem de sobra, o pai Rael Speltz, que praticou natação por vários anos e a mãe Silvana, que também é encarregada de levar Bruno para todos os cantos cumprir suas atividades.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Carlos Hugo, 87 anos, ainda não deixou a política


Matéria publicada em 17 de agosto de 2009


Carlos Hugo falou pela primeira vez após as eleições de 2008. Ele foi quatro vezes prefeito de Telêmaco Borba

     O ex-prefeito Carlos Hugo Wolff Von Graffen afirma estar analisando friamente a possibilidade de uma candidatura em 2010 para concorrer a uma vaga à Assembleia Legislativa do Paraná ou à Câmara Federal devido ao resultado da última campanha eleitoral em que o ex-prefeito perdeu a eleição para Eros Araújo. “Esta campanha passada me deu uma lição que infelizmente não me agradou. Eu vi que no Brasil as coisas não são muito direitas e Telêmaco não deixa de estar dentro do território nacional e segue a mesma linha”, disse Carlos Hugo, pois, segundo ele, há poucos dias das eleições estava em primeiro lugar nas pesquisas.
     Sobre uma candidatura para deputado e de qual seria seu desempenho como legislador o ex-prefeito foi enfático. “Eu tenho a impressão de que fui um bom prefeito e logicamente seria também um bom deputado. Eu sei como organizar as coisas e como conseguir opiniões do próprio povo e atender suas solicitações. Administrar eu sei, isso está provado”, afirmou.


    Carlos Hugo ainda está na ativa. Afirmou que pretende colocar mais um setor de atividade na indústria madeireira. Seria uma indústria de imóveis e madeira beneficiada em grande escala.
O ex-prefeito também fez uma análise em relação a economia local e continuou no assunto madeira. Para ele, nos próximos quatro meses Telêmaco Borba poderá sofrer uma grande crise devido ao fechamento de inúmeras madeireiras e dos desempregados que já terão recebido toda a parcela do salário desemprego. Carlos Hugo disse que tinha a solução, “mas o povo não quis”. O ex-prefeito afirmou que tinha um combinado com a multinacional Swiss Group of Companies e que esta empresa faria a intermediação da venda da madeira de Telêmaco Borba para Europa. “Seria a solução, mas agora teremos uma enorme crise”, concluiu.


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“Eu tenho a impressão de que fui um bom prefeito e logicamente seria também um bom deputado. Eu sei como organizar as coisas e como conseguir opiniões do próprio povo e atender suas solicitações. Administrar eu sei, isso está provado”

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O halterofilista para-atleta Marcos Alves Camilo: um exemplo de vida a ser seguido


Camilo se esforça para chegar bem preparado ao Campeonato Brasileiro


O telemacoborbense está classificado para competir o Campeonato Brasileiro de halterofilismo


Uma história de superação. Marcos Alves Camilo é paraplégico há apenas três anos e meio e, o que para muitos é motivo de não conformação e da perda do gosto pela vida, para ele foi um renascimento. Apenas aprendeu a viver de forma diferente e a usufruir do que a sua nova vida lhe trouxe.


Camilo, como é chamado no cenário esportivo, está no momento classificado para o Campeonato Brasileiro Paraolímpico de Halterofilismo, que acontece no dia 11 de setembro em Fortaleza, no Ceará. Ele tem 35 anos, 63 quilos, 1, 78 m de altura e disputará na categoria dos que pesam até 67 quilos e meio. Sua meta é perder ainda mais três quilos para disputar na categoria dos que pesam até 60. Camilo considera difícil perder esse peso porque, afinal de contas, para um para-atleta seriam necessários exercícios aeróbicos, esporte que Camilo não pode realizar devido a deficiência; e o cuidado com a alimentação. “Para mim é muito difícil porque tenho 1, 78 m de altura, não há muito mais o que perder se for levado em conta o meu Índice de Massa Corporal (IMC)”, explicou. O para-atleta acredita que seria mais fácil competir na categoria de 60 quilos para se equivaler com seus adversários na força. Ele explicou que a dificuldade no esporte que pratica está no fato de que não é levado em conta a lesão ou a patologia de cada para-atleta, mas sim o seu peso. Um usuário de muletas, com muito mais condições físicas que um cadeirante ou um cadeirante que já nasceu com a doença, tem muito mais resistência que alguém como ele, que tinha outro ritmo de vida e se tornou paraplégico depois.


Para o halterofilista, no entanto, a meta para esse ano já foi alcançada, que era a de se classificar para o Campeonato Brasileiro, uma vez que Camilo é iniciante e nunca havia conquistado títulos. “Tudo para mim é muito novo, mas já tenho pretensões de me classificar para a Paraolimpíada que acontece em Londres, em 2014, mas para isso, terei muito tempo de treinamento para adquirir força”, ressaltou. Se for depender da força de vontade demonstrada por Camilo, Telêmaco Borba tem grandes chances de ter um representante lá fora daqui cinco anos.


Camilo, apesar de morar em Telêmaco Borba, não disputa títulos pela Federação Paranaense, mas sim pela Federação do Rio Grande do Norte. Segundo ele, logo que foi internado no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília, teve uma grande proximidade com os para-atletas da região do Nordeste. Lá estão os maiores campeões brasileiros e competidores que já estiveram em paraolimpíadas.

O lema de Camilo é: “A vida não para”


Camilo e a mãe no dia de sua formatura em técnico em segurança do trabalho


Para Camilo, sua vida começou novamente após o acidente de motocicleta que ele sofreu em novembro de 2005, há cerca de três anos e meio. Nessa data, faltavam apenas 20 dias para que suas aulas terminassem no curso de técnico em segurança do trabalho. Essa foi a primeira mostra da sua superação. Camilo roubara a cena ao entrar na cerimônia no dia de sua colação de grau. Entrou de cadeira de rodas e de cabeça erguida. A reação dos formandos, familiares e do público foi de emoção e de congratulações intermináveis.


Durante a entrevista, foi perguntando a Camilo como foi a superação inicial da perda dos movimentos das pernas. Em nenhum momento ele fala da dificuldade de aceitação ou de tristeza, mas sim de como se adaptou a sua nova condição de vida. “No começo tudo é difícil, mas logo aprendi a me virar: a me transferir da cadeira ao carro, da cadeira para cama, a tomar banho”. Tudo para ele foi questão de se adaptar e poder encontrar o que fazer; é hiperativo, nunca conseguiu parar quieto e a paralisia não mudou essas características.


Logo que se mudou para Brasília para fazer tratamento no Hospital Sarah Kubitschek os fisioterapeutas se impressionaram com Camilo, pois praticamente tudo que os profissionais ensinavam ele já sabia, tanto é que logo que Camilo demonstrou aptidão para o halterofilismo foi incitado a participar de competições e agora já está classificado para disputar o Campeonato Brasileiro.


Alguns esportes e atividades Camilo já não pode mais praticar, como o futebol, que era um esporte que ele gostava, idas à praia, a uma cachoeira, principalmente a última, que é muito mais complexa por comumente estar em locais de difícil acesso. Mas o halterofilista ainda é ousado. Está tentando, junto com alguns amigos, programar um rapel de cadeirantes. “Estamos estudando, mas ainda não sabemos se isso é possível”.


A mãe, Maria de Lurdes Camilo, é só orgulho do filho. Fica admirada e ao mesmo tempo satisfeita de ver a sua esperteza. “Eu nunca vi ele pra baixo, é meu exemplo de vida. E isso supera tudo”, disse a mãe. Dona Lurdes ainda comentou que pra nada seu filho para, inclusive para namorar. “Pelo que sei a última namorada é de Minas Gerais”, comentou. Camilo negou e afirmou que está solteiro e que é história da mãe.

Vida de modelo


Camilo em um de seus trabalhos com Rivaldo Rezende

Além de para-atleta, Marcos Alves Camilo, é modelo fotográfico. Realiza trabalhos com o fotógrafo de Telêmaco Borba, Rivaldo Rezende, e está na mira da fotógrafa Kika de Castro, de São Paulo, que já o agenciou, mas ainda aguarda sua ida à capital paulista para que faça um book. Segundo ele, Kika o viu em um site de relacionamentos da internet e afirmou que após a realização do book ele terá trabalho. “Ela disse que eu vou fazer sucesso, vamos ver. Quando mais jovem eu já fotografava, mas nunca fiz isso profissionalmente”, revelou.
Kika de Castro trabalha para a Folha on line e realiza trabalhos com modelos cadeirantes.